sábado, 10 de novembro de 2012

O Sábado


O sábado

As festas de Deus (Lv 23,4) são, literalmente, entrevistas que Deus concede a seu povo para santificar o tempo. O sábado exerce a mesma função, mas segundo um ritmo semanal.

Sua origem é muito complexa.11 As legislações sacerdotais que o codificaram definitivamente durante o Exílio (Lv 23,3; Ex 31,12-17) ajuntaram duas instituições, distintas na origem, mas ambas muito an­tigas: um dia de festa semanal e um dia de folga obrigatória (nos tex­tos antigos — Ex 23,12; 34,21 — esse dia de repouso não é chamado sábado). Por que esse ritmo de sete dias? Isto parece estar ligado ao calendário lunar dos antigos semitas do sul da Mesopotâmia, onde o mês não estava ligado às fases da lua, mas à sua posição em relação à constelação na qual ela se encontra na aurora.

O valor religioso do sábado foi desenvolvido em duas direções. Uma insiste no aspecto humanitário e social: o homem, especialmente o escravo, deve poder descansar; esse aspecto libertador do sábado está associado à libertação dada por Deus por ocasião do Êxodo (Dt 5,14-15; Ex 23,12). O sábado foi também associado à criação: no sé­timo dia Deus cessou (de intervir), literalmente fez sábado (Ex 20,11; Gn 2,2-3).12

A prática do sábado foi codificada cada vez mais estritamente no decorrer dos tempos, tendendo às vezes a se tornar uma espécie de ab­soluto escravizando o homem. Jesus não fará senão restituir-lhe seu significado primitivo quando declara: "O sábado foi feito para o ho­mem e não o homem para o sábado" (Mc 2,27).
 
Fonte: A Palestina no Tempo de Jesus

O Sinédrio


O Sinédrio

 

O grande Sinédrio (do grego synédrion, sentar-se juntos) é a corte suprema de Israel. Suas origens remontam sem dúvida à época persa e suas primeiras menções ao reinado de Antíoco III (223-187). Foi instituído no tempo de João Hircano (134-104).

Como nas cidades helenísticas, é um conselho que assiste o sumo sacerdote, chefe supremo da nação que é seu presidente. Compreende 71 membros: anciãos, os sumos-sacerdotes depos­tos, sacerdotes Saduceus e depois, cada vez mais, escribas fari­seus.

Herodes Magno limitou seus poderes, mas sob a ocupação romana estes foram restabelecidos e até mesmo ampliados. Cor­te de justiça, julga delitos contra a Lei, fixa a doutrina e finalmen­te controla toda a vida religiosa. Tem-se discutido muito, sem chegar a uma certeza, para saber se ele tinha, na época de Jesus, o poder de executar um condenado. Em todo caso, para pronun­ciar uma condenação à morte, eram necessárias duas sessões com 24 horas de intervalo. Ele tinha uma guarda à sua disposição (cf. Jo 18,3.12).

Após a catástrofe de 70 d.C, ele se reconstituirá em Jâmnia (ver p. 93) mas será então uma instituição completamente dife­rente na sua competência e no seu espírito.

Em toda a Palestina, havia pequenos sinédrios de três membros, entre os quais o juiz (Mt 5,25).

Fonte: A PALESTINA NO TEMPO DE JESUS ( CHRISTIANE SAULNIER E BERNARD ROLLAND)