segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Material Complementar para SEBI - Sala de Estudo Bíblico da AD Sudoeste em Natal.
 
 

A mais óbvia e impressionante divisão na Palavra da verdade é aquela que se faz entre lei e graça. De fato, esses dois princípios contrastantes são as características essenciais das duas dispensações mais importantes: a judaica e a cristã. "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (João 1.17).

Não se quer afirmar, obviamente, que não havia lei antes de Moisés; ou, ainda, que não havia graça e verdade antes de Jesus Cristo. A proibição feita a Adão, referente à árvore do conhecimento do bem e do mal, (Gn 2.17) foi lei; e certamente a graça foi manifestada da maneira mais afável no fato de o Senhor Deus ter procurado suas criaturas pecadoras e tê-las vestido com túnicas de peles (Gn 3.21) - um lindo tipo de Cristo, o qual "para nós foi feito... justiça" (1 Co 1.30). A lei, no sentido de uma certa revelação quanto à vontade de Deus, e a graça, no sentido de uma certa revelação sobre sua bondade, sempre existiram - e a esse respeito as Escrituras testificam com abundância. Contudo, "a lei" que se menciona com mais freqüência nas Escrituras foi dada por meio de Moisés e, desde o Sinai até o Calvário, domina e caracteriza a época; assim como a graça domina ou confere seu caráter peculiar à dispensação que se inicia no Calvário e tem no arrebatamento da igreja o seu término predito.

E da mais vital importância, contudo, observar que as Escrituras jamais, em nenhuma dispensação, misturam esses dois princípios. A lei sempre tem seu espaço e obra distintos e completamente diversos do espaço e obra pertencentes à graça. A lei é Deus proibindo e exigindo; a graça é Deus suplicando e concedendo. A lei é um ministério de condenação; a graça, de perdão. A lei amaldiçoa; a graça redime dessa maldição; a lei mata; a graça vivifica. A lei faz com que toda boca se feche diante de Deus; a graça faz com que toda boca se abra para louvá-lo. A lei interpõe grande e culpada distância entre o homem e Deus; a graça ergue o homem culpado para perto de Deus. A lei diz "olho por olho, e dente por dente"; a graça diz "não resistais ao [homem] mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra". A lei diz "odeia teu inimigo"; a graça afirma "amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maltratam". A lei diz cumpra e viva; a graça diz creia e viva. A lei nunca teve um missionário; a graça deve ser pregada a toda criatura. A lei condena totalmente o melhor dos homens; a graça justifica gratuitamente o pior (Lc 23.43; Rm 5.8; 1 Tm 1.15; 1 Co 6.9-11). A lei é um sistema de mérito; a graça, de favor. A lei apedreja uma adúltera; a graça diz: "Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais". Sob a lei, a ovelha morre pelo pastor; sob a graça, o Pastor morre pelas ovelhas.

Em todo lugar, as Escrituras apresentam a lei e a graça em esferas marcadamente distintas. Sua mistura em muito do que atualmente é ensinado corrompe ambas, posto que a lei é privada de seu terror, e a graça, de sua liberalidade.

O estudioso deve observar que "lei", nas escrituras do Novo Testamento, significa a lei dada por Moisés (Rm 7.23 é uma exceção). Algumas vezes, significa toda a lei (os códigos morais - ou os 10 Mandamentos - e os cerimoniais); outras, apenas os mandamentos; ainda outras, apenas o cerimonial. Dentre as passagens do primeiro tipo, Romanos 6.14; Gálatas 2.16 e 3.2 são exemplos. Da segunda espécie, Romanos 3.19 e 7.7-12 exemplificam. Do terceiro tipo, Colossenses 2.14-17 é um exemplo.

Cumpre lembrar, também, que na lei cerimonial estão contidos aqueles tipos admiráveis, aqueles lindos prenúncios da pessoa e obra do Senhor Jesus como sacerdote e sacrifício, como se vê no tabernáculo (Ex 25-30) e nas ofertas levíticas (Lv 1-7), os quais devem sempre ser razão de maravilha e deleite para aqueles que discernem as coisas espiritualmente.

De igual modo, expressões contidas nos Salmos, as quais seriam inexplicáveis se fossem compreendidas apenas a partir do "ministério da morte, gravado com letras em pedras" (2 Co 3.7), tornam-se claras quando entendidas em referência a Cristo ou aos remidos. "Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite" (SI 1.2). "Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia" (SI 119.97).

Três erros têm importunado a igreja no que diz respeito à correta relação entre lei e graça:

1. Antinomianismo - a negação de qualquer regra sobre a vida dos crentes; a afirmação de que aos homens não se requer que tenham uma vida santificada, posto que são salvos pela graça, gratuita, de Deus. "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra" (Tt 1.16).

"Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo." (Jd v. 4).

2.  Cerimonialismo - a exigência de que os crentes devem observar as ordenanças levíticas. A forma moderna desse erro é o ensino de que os ritos cristãos são essenciais à salvação.

"Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos" (At 15.1).

3.  Galacianismo - a mistura de lei e graça; o ensino de que a justificação ocorre em parte pela graça e, em parte, pela lei; ou de que a graça é dada a fim de capacitar um pecador, de outra forma impotente, a guardar a lei. Contra tal erro, o mais difundido de todos, os avisos solenes, a lógica irrefutável e as declarações enfáticas da epístola aos Gálatas são a resposta final de Deus.

"Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?" (G13.2,3).

"Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (G11.6-8).

A exposição a seguir pode ser útil, servindo como um esboço do ensinamento das Escrituras a respeito desse importante assunto. As passagens citadas referem-se apenas à lei moral.


"E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom" (Rm 7.12).

"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado" (Rm 7.14).

"Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus" (Rm 7.22).

"Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente" (1 Tm 1.8).

"Ora, a lei não é da fé" (G13.12).


"Que diremos pois? E a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás" (Rm 7.7; veja também o versículo 13).

"Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3.20).

"Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões" (G1 3.19).

"Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus" (Rm 3.19). A lei tem apenas uma língua: "tudo o que a lei diz", o faz apenas para condenar.

"Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las" (G1 3.10).

"Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos" (Tg 2.10).

"O ministério da morte, gravado com letras em pedras" (2 Co 3.7).

"O ministério da condenação" (2 Co 3.9).

"E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri" (Rm 7.9).

"A força do pecado é a lei" (1 Co 15.56).

E evidente, assim, que o propósito de Deus ao dar a lei, após a humanidade ter existido sem ela por dois mil e quinhentos anos (Jo 1.17; G1 3.17), era, em primeiro lugar, trazer ao homem condenável o conhecimento de seu pecado e, então, de sua completa impotência à luz das justas exigências de Deus. É pura e simplesmente um ministério de condenação e morte.

O QUE A LEI NÃO PODE FAZER

"Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3.20).

"Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada" (G1 2.16).

"Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde" (G1 2.21).

"E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé" (G1 3.11).

"Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne" (Rm 8.3).

"E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê." (At 13.39).

"Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus" (Hb 7.19).

O CRENTE NÃO ESTÁ DEBAIXO DA LEI

O texto de Romanos 6, após declarar a doutrina da identificação do crente com Cristo em sua morte, algo cujo símbolo é o batismo (versículos 1-10), começa, no versículo 11, a expor os princípios que devem dirigir o caminhar do crente - sua regra de vida. Esse é o assunto dos doze versículos restantes. O versículo 14 dá o grande princípio de sua libertação não da culpa do pecado, que é solucionada pelo sangue de Cristo, mas da dominação exercida pelo pecado - do estado de servidão debaixo dele. "Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça."

A fim de evitar que isso levasse ao monstruoso antinomianismo - dizer que, portanto, uma vida piedosa não é algo importante - o Espírito imediatamente acrescenta: "Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum" (Rm 6.15).

Certamente, todo coração renovado responde "Amém" a essa declaração.

Então, Romanos 7 introduz outro princípio de libertação do jugo da lei. "Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra" (Rm 7.4-6). (Isso não se refere à lei cerimonial, veja o versículo 7.)

"Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus" (G12.19).

"Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos ser­viu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio" (G13.23-25).

"Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; sabendo isto, que a lei não é feita para o justo" (1 Tm 1.8,9).

QUAL É A REGRA DE VIDA DO CRENTE?

"Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1 Jo 2.6).

"Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos" (1 Jo 3.16).

"Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma" (1 Pe 2.11; veja também os versículos 12-23).

"Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Ef 4.1,2).

"Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós" (Ef 5.1,2).

"Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Ef 5.8).

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus" (Ef 5.15,16).

"Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne" (G15.16).

"Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15).

"Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor." (Jo 15.10).

"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (Jo 15.12).

"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama" (Jo 14.21).

"E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista. E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento" (1 Jo 3.22,23).

"Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos" (Hb 10.16).

Uma linda ilustração desse princípio é observada no amor da mãe por seu filho. A lei requer que os pais cuidem de sua descendência e decreta punições contra a negligência deliberada nessas obrigações, mas o país está repleto de alegres mães que cuidam ternamente de seus filhos em perfeita ignorância da existência de tal estatuto. A lei está no coração delas.

É instrutivo, a esse respeito, lembrar que o lugar designado por Deus para as tábuas da lei era dentro da arca do testemunho. Junto a elas estavam o "vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido" (tipos: um de Cristo, nosso pão no deserto, o outro da ressurreição, e ambos falando a respeito da graça), ao passo que essas coisas ficavam ocultas da visão pelo propiciatório de ouro, sobre o qual se aspergia o sangue da expiação. O olhar de Deus podia contemplar sua lei quebrada unicamente através do sangue que vindicava sua justiça e fazia propiciação por sua ira (Hb 9.4,5).

Foi reservado aos modernistas torcer essas santas e justas, porém mortais, tábuas, arrancando- as de debaixo da cobertura do propiciatório e do sangue da expiação, erguendo-as nas igrejas de Cristo como a regra da vida cristã.

O QUE É GRAÇA?

"Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens... segundo a sua misericórdia, nos salvou" (Tt 3.4,5).

"Para mostrar nos séculos vindouros as abun­dantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus" (Ef 2.7).

"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8).

QUAL O PROPÓSITO DE DEUS COM A GRAÇA?

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9).

"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando- nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo" (Tt 2.11-13).

"Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna" (Tt 3.7).

"Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3.24).

"Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes" (Rm 5.2).

"Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados" (At 20.32).

"Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça" (Ef 1.6,7).

"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hb 4.16).

Quão perfeita! Quão abrangente! A graça salva, justifica, edifica, torna aceitável, redime, perdoa, outorga uma herança, concede lugar diante de Deus, proporciona um trono de graça ao qual podemos nos achegar confiadamente para obter misericórdia e socorro, ensina-nos a viver e nos dá uma bendita esperança! Ainda cumpre notar que esses diferentes princípios não podem ser mesclados.

"Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra" (Rm 11.6).

"Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça" (Rm 4.4,5; veja também G1 3.16-18; 4.21-31).

"De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre" (G1 4.31).

"Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com um dardo. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo. Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel" (Hb 12.18-24).

Não se trata, portanto, de dividir o que Deus falou no Sinai em lei moral e lei cerimonial - o crente de modo algum se achega àquele monte.

Como disse o bom e velho Bunyan: "O crente encontra-se agora, pela fé no Senhor Jesus, recoberto por tão perfeita e bendita justiça que essa lei trovejante do Monte Sinai é incapaz de nele encontrar a menor falha ou diminuição. O nome disso é justiça de Deus, sem a lei".

Caso isto chegue aos olhos de um não crente, exorto-o com afeto a aceitar a sentença verdadeira daquela santa e justa lei por você violada: "Porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.22,23). Em Cristo, tal pessoa encontrará perfeita e eterna salvação, como está escrito: "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Rm 10.9). Pois Cristo é "o fim da lei... para justiça de todo aquele que crê" (Rm 10.4).
 
Fonte: C.I Scofield

 

Material Complementar da SEBI - Sala de Estudo da AD Sudoeste
 
O Judeu, o Gentio e a Igreta de Deus

Quem lê a Bíblia com alguma atenção não pode deixar de perceber que mais da metade de seu conteúdo refere-se a uma nação: os israelitas. Percebe também que eles têm um lugar distinto nos procedimentos e conselhos de Deus. Separados da massa humana, são levados a um convênio com Jeová, que lhes faz promessas específicas que não foram feitas a nenhuma outra nação. Apenas sua história é contada durante a narrativa e profecia do Antigo Testamento; outras nações são mencionadas somente quando exercem alguma influência sobre o povo judeu. Parece também que todas as comunicações de Jeová com Israel como nação referem-se à Terra. Se ir r um povo fiel e obediente, é-lhe prometida grandeza terrena, riqueza e poder; se infiel e desobediente, será espalhado "entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até a outra" (Dt 28.64). Até mesmo a promessa do Messias é de abençoar todas as famílias da Terra.

Ao continuar sua pesquisa, o estudioso encontra nas Escrituras menção a outro corpo distinto, chamado igreja. Esse corpo também tem uma relação peculiar com Deus e, como Israel,

recebeu dele promessas específicas. Mas é aí que terminam as semelhanças e começa o mais extraordinário contraste. Em vez de ser formada apenas por descendentes diretos de Abraão, é um corpo em que a distinção entre judeu e gentio se perdeu. Em vez de ser uma relação de mera convenção, uma de nascimento. Em vez da obediência que traz como recompensa grandeza terrena e riqueza, a igreja é ensinada a se contentar com comida e vestimenta e a esperar perseguição e ódio; percebe-se que, assim como Israel se liga às coisas temporais e terrenas, a igreja se liga ao que é espiritual e celeste.

Mais adiante, as Escrituras mostram ao estudioso que nem Israel e nem a igreja existiram sempre, cada um tem um registro de seu começo. O surgimento de Israel encontra-se no chamado de Abrão. Procurando pelo nascimento da igreja, descobre (talvez, ao contrário de suas expectativas, já que provavelmente foi ensinado que Adão e os patriarcas estavam na igreja) que ela certamente não existiu antes nem durante a vida terrena de Cristo, já que ele fala de sua igreja como algo futuro quando diz (Mt 16.18): "sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Não diz edifiquei nem estou edificando, mas sim, edificarei.

Descobre-se também, em Efésios 3.5-10, que a igreja não é mencionada nas profecias do Antigo Testamento nem uma vez, mas que era, naquela época, um mistério "oculto em Deus". Biblicamente, ele encontra o nascimento da igreja em Atos 2, e o término de sua trajetória na terra em I Tessalonicenses 4.

O estudioso também encontra, na divisão ra­cial bíblica, outra classe, raramente mencionada e distinta em tudo tanto de Israel quanto da igreja: os gentios. A posição comparativa de judeus, gentios e da igreja pode se vista brevemente nas seguintes passagens: o judeu (Rm 9.4,5; Jo 4.22, Rm.1,2), o gentio (Ef 2.11,12, Ef 4.17,18, Mc 7.27,28); a igreja (Ef 1.22,23; Ef 5.29-33,1 Pe 2.9).

Quando compara o que se diz na Bíblia sobre Israel e a igreja, descobre que na origem, chamado, promessa, adoração, princípios de conduta e destino futuro, são completamente contrastantes. Compare-se primeiramente o chamado de Israel com o da igreja.


"Ora, o SENHOR disse a Abraão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei" (Gn 12.1).

"Porque o SENHOR teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas, terra de trigo e cevada e de vides e figueiras, e romeiras, terra de oliveiras, de azeite e mel, terra em que comerás o pão sem escassez" (Dt 8.7-9).

"Então disse: Eu sou o servo de Abraão. E o SENHOR abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos." (Gn 24.34,35).

"O SENHOR entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos, que se levantarem contra ti, por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença" (Dt 28.7).

"E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda, e só estarás em cima, e não debaixo" (Dt 28.13).


"Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial" (Hb 3.1).

"Mas a nossa cidade está nos céus" (Fp 3.20).

"E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" (Mt 8.20).

"Para uma herança incorruptível, inconta- minável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós" (I Pe 1.4).

"Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa" (I Co 4.11).

"Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!" (Mc 10. 23).

"Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" (Tg 2.5).

"Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus" (Jo 16.2).

"Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus" (Mt 18.4).

E claro que isso não significa que um bom judeu não pode, ao morrer, ir para o céu. A diferença é que o incentivo para a bondade, nesse caso, foram bênçãos terrenas, não celestes. Seria necessário dizer que, nesta dispensação, nem o judeu nem o gentio podem ser salvos a não ser pelo exercício da fé no Senhor Jesus Cristo por meio de quem ambos nascem novamente (Jo 3.3,16) e são batizados "formando um corpo" (I Co 12.13), que é "a igreja" (Ef 1.22,23). Na igreja, a distinção entre judeu e gentio desaparece (I Co 12.13; G13.28; Ef 2.14). Assim, ao escrever para os efésios, o apóstolo fala daqueles que eram, "noutro tempo", gentios (Ef 2.11; I Co 12.2 também diz "éreis gentios").

O contraste entre Israel e a igreja volta a aparecer nas regras dadas para a conduta de cada um.


"Quando o SENHOR teu Deus te houver introduzido na terra, à qual vais para a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti,(...) para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas" (Dt 7.1,2).

"Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe" (Êx 21.24,25).


"Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" (Mt 5.44)

"Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; somos blasfemados, e rogamos" (I Co 4.12,13).

"Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece- lhe também a outra" (Mt 5.39).

Veja também Deuteronômio 21.18-21 e Lucas 15.20-23.

Nas reuniões de adoração também encontramos contrastes: Israel poderia adorar em um lugar apenas e a uma distância de Deus - somente poderia aproximar-se dele por meio de um sacerdote. A igreja adora em qualquer lugar onde haja dois ou três reunidos, tem "ousadia" para entrar no santuário e é composta de sacerdotes. Compare Levítico 17.8,9 com Mateus 18.20; Lucas 1.10 com Hebreus 10.19,20; Números 3.10 com I Pedro 2.5.

Nas profecias concernentes ao futuro de Israel e da Igreja, a distinção é ainda mais espantosa. A igreja será completamente retirada da terra, mas Israel será restaurada em seu maior esplendor e poder terreno. Veja o que as Escrituras dizem:


"E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim" (Lucas 1.31-33). Dessas sete promessas a Maria, cinco já foram literalmente cumpridas. Mas que critério interpretativo nos autoriza a dizer que as duas restantes não serão também cumpridas?

"Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo" (Atos 15.14-16).

"Digo pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades" (Rm 11.1,11,24-26).

"E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo (...) E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra" (Is 11.11,12).

"Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros, e se achegarão à casa de Jacó" (Is 14.1).

"Portanto, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que nunca mais se dirá: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais" (Jr 16.14,15).

"Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA" (Jr 23.5,6).

"Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor, e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente. E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus" (Jr 32.37,38).

"Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum" (Sf 3.14,15).


"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar- vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também" (Jo 14.2,3).

"Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (I Ts 4.15-17).

"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas" (Fp 3.20,21).

"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos" (I Jo 3.2).

"Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem- aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro" (Ap 19.7-9).

"Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de

Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos" (Ap 20.6).

Pode-se dizer seguramente que a "judaização" da igreja fez mais para limitar seu progresso, per­verter sua missão e destruir sua espiritualidade do que todas as outras causas combinadas. Em vez de perseguir o caminho escolhido de afastar-se do mundo e seguir o Senhor em seu chamado celeste, usou Escrituras dos judeus para justificar-se no rebaixamento de seus propósitos de civilização do mundo, de aquisição de riqueza, do uso de rituais imponentes, na edificação de igrejas grandiosas, na invocação das bênçãos de Deus sobre os conflitos militares, e na divisão de uma irmandade igualitária entre "clero" e "leigos".

 Fonte: C.I. Scofield.
 
 
 
1ª Caminhada para Jesus em Nova República.
 
 
 
 
       Neste Domingo di 09 de Setembro de 2012, às 14:30 foi realizada a 1ª Marcha para Jesus no Bairro de Nova República. As Igrejas Assembleia de Deus do RN, Assembleia de Deus Sudoeste, Igreja de Cristo no Brasil, Igreja da Graça, Igreja Evangélica Palavra da Verdade, uniram-se para que fosse realizado um grande evento em prol do Reino de Deus. O Idealizador do Projeto foi o Ir. Fábio da IEADERN, como o apoio do Pr. Samuel Faustino. Foi uma benção, e o maior vencedor foi JESUS. Aleluia.